Dentro da agricultura, os insumos são os investimentos e despesas necessários para um determinado resultado, produto ou mercadoria. Na atividade agrícola, é tudo o que é necessário para a produção animal ou vegetal: vacinas, adubos, sementes, fertilizantes, tratores, colheitadeiras etc.

Entretanto, quando falamos de agricultura orgânica e agroecologia não estamos nos restringindo apenas ao conceito deste termo, é preciso se aprofundar e nós faremos isso neste breve artigo. Confira.

Os insumos na agroecologia e sua classificação

Seja qual for o sistema de produção (agricultura convencional ou agricultura orgânica), a classificação dos insumos é a mesma. Eles se classificam em três tipos (com exemplos dos utilizados na agroecologia):

  1. Químicos ou minerais: são substâncias produzidas de forma artificial ou provenientes de rochas. Exemplo: fertilizantes de baixa solubilidade – aceitos por algumas correntes agroecológicas.
  2. Biológicos: são produtos de origem vegetal ou animal. Exemplos: restos de culturas (folhas, ramos, palhas), fertilizantes orgânicos líquidos, resíduos industriais resultantes do abate de animais (penas, pelos, sangue e outros), micro-organismos encontrados no ambiente, estercos usados como adubo e outros.
  3. Mecânicos: são os equipamentos e máquinas necessários para o trabalho. Exemplos: plástico para cobrir os canteiros, tratores, pulverizadores, equipamentos de irrigação e outros.

O modelo ecológico de agricultura faz o uso de insumos que não agridam a vida e a estrutura da terra, que não causem desequilíbrio no metabolismo de animais e plantas e que não provoquem nenhum tipo de risco ao agricultor e ao consumidor.

A Agroecologia e às instalações rurais

O tópico “instalações rurais” é também tratado em cursos que debatem e ensinam sobre o tema agroecologia, como o Curso Online Agroecologia. Aqui é tratada a importância de instalações sustentáveis, tanto na agricultura quanto na criação de animais.

As instalações rurais devem atender às necessidades dos produtores, seguir as normas legais que permitem a construção e usar todos os meios que as tornem sustentáveis.

São exemplos de instalações rurais: estufas, galpões de armazenamento, de beneficiamento, viveiros e outros. De forma geral, elas seguirão algumas normas:

  • Ter o destino adequado dos resíduos;
  • Atender as legislações federal, estaduais e municipais relativas ao controle sanitário, meio ambiente e segurança;
  • Ser economicamente viáveis;
  • Ser higiênicas, simples e funcionais, entre outras.

Manejo de dejetos e drenagem e sua relação com a agroecologia

Fatores importantes na agroecologia, o manejo de dejetos e drenagem são alguns dos cuidados que se deve ter para evitar problemas ambientais. Devem ser realizados de acordo com as exigências legais referentes ao meio ambiente, de acordo com o que estipulam os órgãos competentes.

Manejo de dejetos

O manejo de dejetos de forma adequada é essencial à preservação ambiental. Os dejetos, em um primeiro momento, deverão ser utilizados como adubo orgânico. Quando não for possível, deve ser tratado de maneira a não oferecer riscos quando retornar à natureza. 

O adubo orgânico ajuda a nutrir o solo e aumentar a sua fertilidade. O manejo de dejetos para que se consiga transformá-os em adubo, é feito por meio de práticas que utilizam esterqueiras e composteiras, que os retêm por, pelo menos 120 dias, conforme orientações dos órgãos de fiscalização ambiental.

Drenagem

A drenagem é feita quando o solo não tem drenagem natural satisfatória. Essa prática remove o excesso de água da terra, e lhe dá condições melhores de estruturação, aeração e resistência.

Um dos principais benefícios da drenagem e que está ligado à agroecologia é o controle da salinidade, assim como a recuperação de solos salinos, principalmente porque a salinidade, se não tratada, pode trazer problemas de fertilidade à terra. 

A salinidade ocorre quando a má drenagem causa uma elevação do lençol freático e este apresenta uma alta concentração de sais, provenientes do acúmulo de fertilizantes aplicado no decorrer do tempo.

O aumento de uma frente salina pode alcançar as raízes das plantas e causar toxidez generalizada. A cidade de Sumer, na Mesopotâmia é um exemplo desse problema, cerca de 3.000 anos a.C, teve problemas graves com a salinização dos solos, por causa da intensa irrigação, o que conduziu a sua agricultura à decadência. 

É claro que atualmente isso dificilmente acontecerá, mas reforça a ideia de que esgotar os recursos naturais não é uma opção.

Permacultura e bioconstrução nas instalações rurais

Não há como falar em instalações rurais no contexto agroecológico e deixar de fora a permacultura e a bioconstrução. 

Permacultura, nomenclatura tirada do termo em inglês “Permanent Agriculture”, é um sistema de planejamento que visa a criação de ambientes sustentáveis e produtivos, que tenham harmonia e equilíbrio com a natureza.

A bioconstrução é um dos instrumentos da permacultura que utiliza o que há de recursos disponíveis no local, neste caso, nas propriedades rurais. Exemplos desses recursos são madeira, pedra, barro, cipó e terra, encontrados nas propriedades. 

É uma construção ecológica, a partir de materiais que não agridem o meio ambiente. A ideia é que se utilize o máximo de recursos com o mínimo de impacto ambiental, garantindo a sustentabilidade ao aproveitar a iluminação natural ao máximo, tratar e reaproveitar resíduos, coletar água das chuvas e várias outras formas de reciclagem e reaproveitamento.

As instalações rurais envolvem o trabalho de vários profissionais com conhecimentos em áreas como agronomia, engenharia, cartografia, topografia, zootecnia e agroecologia, citando algumas. 

Isso mostra o quanto cursos online com certificado podem ajudar na qualificação de quem atua em áreas relacionadas – um agrônomo, por exemplo, pode estender seus conhecimentos à cartografia e à agroecologia e ampliar sua linha de trabalho.

Topografia aplicada à Agroecologia

A topografia, necessária em qualquer sistema de produção, tem um papel primordial na agroecologia. A técnica proporciona, entre outras coisas, o escoamento superficial da água e o arraste do solo, ou seja, se tem um controle mais eficiente da água, assim como uma melhor distribuição. 

O resultado desse processo é que se consegue evitar a erosão e a perda de fertilidade da terra, um dos maiores problemas da agricultura convencional. Evitando ou desacelerando os processos erosivos, se consegue, a médio e longo prazo, recuperar áreas degradadas, evitando que se perca o solo.

Esse processo se chama nivelamento e sistematização do terreno, e outro ótimo resultado que oferece é que a irrigação se torna mais eficiente: é possível irrigar uma área maior com menor disponibilidade de água, que resulta no aumento do rendimento das máquinas.

A topografia é estudada no Curso Online Agroecologia do portal e também em outros cursos online, como o que aborda técnicas de agrimensura. Profissionais ou estudantes da área de topografia podem também contar com o Curso Online Introdução à Cartografia, assunto relacionado ao seu campo de trabalho.

Agrometeorologia e climatologia

O desenvolvimento rural sustentável só é possível pela união de instrumentos, técnicas e práticas que visam utilizar os recursos naturais de forma inteligente e responsável. No tópico anterior vimos como a topografia contribui nesse cenário, neste tópico vamos ver a influência da climatologia e da agrometeorologia na agroecologia.

A Agrometeorologia é uma divisão especializada da Meteorologia. Também chamada de Meteorologia Agrícola, seu objetivo é bem focado: as condições atmosféricas e seus efeitos no ambiente rural. 

Todos os seus recursos são colocados a serviço das práticas agrícolas, buscando um melhor uso do solo para a produção máxima de alimentos sem abusar dos recursos da terra.

Já a climatologia indica qual o tipo de atividade agrícola é a mais viável em um certo local. Feito isso, a agrometeorologia dirá o nível de produtividade, em um período determinado, para a atividade apontada pela climatologia.

A agricultura depende das condições do tempo e do clima. Todas as suas etapas – do preparo do solo desde a semeadura até a colheita, o preparo, o transporte, o armazenamento – são afetadas pelas condições climáticas.

Uma das principais aplicações da agrometeorologia é no planejamento e também na tomada de decisões em processos produtivos rurais. O planejamento do uso da terra para que se desenvolva a agricultura sustentável, inclui três elementos que atuam em conjunto:

  • Zoneamento agroclimático: a delimitação feita pela climatologia, com base nas aptidões das regiões de cultivo;
  • Zoneamento agroecológico: é a aptidão edáfica (do solo). Diz respeito ao cultivo de acordo com a capacidade de uso do solo, adubação (ver ou orgânica) e calagem (uso de cal para corrigir a acidez do solo);
  • Zoneamento agrícola: é o levantamento de condições socioeconômicas.

Fique atento: concursos públicos para órgãos como o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento (MAPA), Institutos Técnicos Federais, entre outros, têm questões relacionadas aos tópicos que vimos neste artigo, em sua prova de conhecimentos específicos. 

Artigo escrito pela equipe de redatores do Educamundo.