Se você trabalha no ramo industrial, é possível que, em algum momento, já tenha se perguntado quais seriam as vantagens e desafios de vender diretamente para o consumidor final. Em um contexto offline, o D2C pode parecer inviável.

No entanto, com cada vez mais possibilidades, o comércio digital permite mais simplicidade para as empresas que querem vender tanto para outros negócios quanto para o cliente final.

Ao longo deste artigo, vamos entender melhor o conceito de D2C, quais as vantagens desse modelo e alguns cuidados que as indústrias devem tomar se pretendem incluir essa estratégia em seu plano de marketing. Acompanhe conosco!

O que é D2C?

D2C é uma sigla que significa Direct To Consumer, ou direto para o consumidor, em tradução literal. Ela designa o modelo de negócios em que as indústrias vendem diretamente ao cliente final.

Geralmente, as empresas do ramo industrial se encaixam como B2B (Business To Business, ou de negócio para negócio, em tradução livre). Isso significa que elas vendem seus produtos ou insumos para outras empresas.

Já os intermediários, que compram das indústrias e vendem ao público, encaixam-se no modelo B2C (Business To Consumer, de negócio para o consumidor).

Por que aderir a essa modalidade?

Vender também para o consumidor final pode ajudar sua empresa a alavancar as vendas. Vamos conferir alguns dos motivos.

Expansão do público

Ao incluir o cliente final entre seu público, você estará expandindo seu número de potenciais compradores. No entanto, isso não significa que você deve tentar vender seus produtos para qualquer um, deixando sua estratégia de lado.

Mesmo adicionando novos consumidores em potencial à sua estratégia, você ainda deve criar personas específicas e focar nelas. Assim, suas ações de marketing se tornam mais assertivas.

Simplicidade das vendas online

Começar a vender para o público final pode parecer muito complicado quando você pensa na necessidade de criar uma loja específica para isso. Todavia, hoje em dia, é bastante simples montar seu site de vendas.

Utilizando uma plataforma de e-commerce, você será capaz de fazer tudo sem a necessidade de experiência em desenvolvimento de sites e por um preço acessível. Esse serviço permite que você monte sua loja virtual, cadastre seus produtos e integre meios de pagamento e de envio, entre outras funcionalidades.

É possível, inclusive, com uma ferramenta de gestão, organizar seus pedidos off e online em um mesmo painel. E o melhor é que muitos desses softwares podem ser integrados à sua plataforma de e-commerce, evitando que você precise fazer todos os registros manualmente.

Cuidados ao vender para o consumidor final

Pode ser, que até aqui, você já esteja pensando nos pontos negativos do D2C, mas  boa notícia é que eles são todos contornáveis. A única coisa é que sua empresa precisará prestar atenção a alguns pontos se realmente decidir criar uma loja virtual. Vamos detalhá-los a seguir.

1. Escolha dos produtos e comunicação com intermediários

Um ponto ao qual você deve atentar é sua relação com seus clientes antigos, as empresas para as quais seu negócio vende. Afinal, eles podem se sentir ameaçados por você entrar na concorrência com eles e, ainda, conseguir oferecer preços mais competitivos.

Para evitar rusgas, caso esteja decidido a vender para os consumidores finais, comunique aos seus clientes antigos sobre o que vai fazer. Você não precisa dar muitos detalhes, mas é importante que eles saibam para impedir o sentimento de traição.

Além disso, outra forma de evitar problemas, é escolher apenas uma parte dos produtos que você produz para vender aos clientes finais. Você pode fazer essa seleção de acordo com aqueles para os quais você enxergue mais oportunidade de mercado ou, então, os que forem te causar menos problemas com as empresas consumidoras da sua marca.

2. Organização da empresa

Outro aspecto ao qual você deve prestar atenção está relacionado à estrutura do seu negócio. Afinal, para atender os clientes finais, você vai precisar adequar algumas áreas.

A primeira delas diz respeito à organização do seu estoque. Fique ligado para ter um controle estrito do que é vendido em sua loja virtual e daquilo que você vende para outras empresas. Assim, você evita problemas de falta de produtos quando algum cliente, seja ele uma pessoa física ou um outro negócio, comprar de você.

3. Burocracia

Ademais, é possível que você precise revisar seus contratos. Por ser uma indústria, pode ser eles não permitam alguns tipos de negócio, entre eles a venda ao consumidor final.

Para lidar com isso, avalie se é possível modificar esses documentos ou, então, se será necessária a criação de um novo CNPJ que te permita atuar no varejo. Dessa forma, você evita ser penalizado por uma irregularidade.

4. Novas necessidades

Ao lidar com o consumidor final, você precisará rever alguns setores do seu negócio e se preparar para um novo tipo de logística. No que diz respeito ao atendimento, observe se a forma como sua empresa funciona hoje em dia seria capaz de abarcar os novos consumidores.

Considere as formas preferidas de interação dos consumidores e se você já atende por esses canais. Você está nas redes sociais? Oferece um chat no e-commerce? Avalie tudo isso e busque fazer essas alterações se achar necessário.

Além disso, outro ponto ao qual você precisará se adaptar é o da logística reversa. Esse processo é o que permite que seu cliente envie os produtos de volta em caso de troca ou devolução.

O Código de Defesa do Consumidor obriga as empresas a darem o direito de arrependimento até sete dias após o recebimento da compra. Mas nem só pela exigência legal você deve permitir a troca. Afinal, essa é uma forma de deixar o visitante mais tranquilo ao comprar em sua loja virtual, uma vez que ele saberá que poderá trocar o produto caso precise.

Para evitar surpresas, já se planeje para esse tipo de necessidade. Os próprios Correios possuem uma modalidade de logística reversa para empresas que já possuam contrato com a estatal e essa pode ser uma forma de simplificar o processo.

Conclusão

Apesar de exigir alguns cuidados, o D2C pode ser uma boa estratégia para empresas do ramo industrial alavancarem suas vendas e levarem seus produtos a mais pessoas. Com calma e planejamento, é possível iniciar essa modalidade de vendas em sua indústria.

Você já pensou em vender direto para o cliente final? Conte sobre suas ideias nos comentários!

Informações da autora

Victoria Salemi é a editora responsável pelas parcerias de conteúdo da Nuvemshop, a maior plataforma de comércio digital da América Latina, com mais de 30 mil lojas ativas. Formada em Jornalismo, ama escrever e tornar assuntos complicados acessíveis a todos!