A indústria 4.0 introduziu uma nova era na automação. Também chamada de Quarta Revolução Industrial, o evento nos coloca na segunda era das máquinas.

A automação industrial não é novidade, já que teve seu início nos anos 70, com a Terceira Revolução Industrial. Nesse período, a automação da produção era parcial, feita por meio de controles e computadores programáveis.

No entanto, o mundo digital impôs novos conceitos e novos ritmos aos negócios em geral. Mundo físico, digital e biológico se fundem e grandes mudanças acontecem, não somente no setor produtivo, mas também na saúde, na educação e em diversas outras áreas. A essa fusão dá-se o nome de “transformação digital”.

Ainda podemos dizer que é uma revolução recente e que estamos dando os primeiros passos, entretanto, precisamos saber como nos adaptar nessa nova era. Continue a leitura para saber mais.

A Indústria 4.0: conceito, impactos e expectativas

As grandes mudanças causadas pela Indústria 4.0 são, basicamente, motivadas pelos avanços dos computadores, pela quantidade de dados digitalizados (informação) e pela inovação – tanto em tecnologia quanto em pesquisa.

No que diz respeito a carreiras, a automação foi, ao longo do tempo, substituindo parte do trabalho humano. Bem como costumava se ouvir “as máquinas substituirão o homem”, mas não como extinguir o trabalho humano, e sim, substituir algumas funções, como os esforços repetitivos nas linhas de produção.

Apesar disso, a demanda por novos profissionais surgiu. Nunca o mercado de trabalho em tecnologia e informação esteve tão em alta. E mais: as perspectivas para o futuro na área são excelentes.

O que é a Indústria 4.0 e seus benefícios

A denominação, como se percebe, faz uma referência a um upgrade na produção de bens e serviços em todas os segmentos de negócios. Mas não é um upgrade qualquer, pois os avanços que temos até então e o que ainda está por vir permitem automatizar processos a níveis até agora nunca imaginados. 

Entre seus muitos benefícios para a evolução dos sistemas produtivos e também para a oferta de serviços, podemos citar:

  • Redução de custos;
  • Otimização tempo;
  • Maior produtividade;
  • Aumento da segurança;
  • Redução de erros;
  • Fim do desperdício.

O primeiro passo para se adaptar a esse novo momento é conhecer tudo que a Indústria 4.0 envolve: conceitos, características e as tecnologias.

A Quarta Revolução Industrial e as novas tecnologias

Algumas das novas tecnologias já são nossas conhecidas, como a impressão 3D e a computação em nuvem. Mas há várias outras que são essenciais para o desenvolvimento dos processos no molde 4.0 e que ainda não conhecemos ou não compreendemos exatamente como funcionam. 

Dá só uma olhada:

Manufatura aditiva

Você a conhece, talvez não por esse nome. É a impressão 3D e seu uso para a fabricação de objetos com base em um modelo digital. A impressão 3D está, aos poucos, se popularizando e tornando mais acessível. Já existe, inclusive, um carro elétrico montado com peças impressas.

Inteligência Artificial (IA)

Esta tecnologia está relacionada a softwares e ferramentas de computação capazes fazer robôs simularem a capacidade humana de análise de dados, raciocínio, solução de problemas e tomadas de decisão.

Internet das Coisas (IoT – Internet of Things)

A IoT é uma grande rede de computadores interligados, que permite a troca de dados entre dispositivos de forma instantânea. A Internet das Coisas é que está possibilitando a criação de “cidades inteligentes”. 

Um exemplo é Songdo, na Coreia do Sul, que tem seus prédios conectados a sistemas que monitoram a energia, otimizando o uso e reduzindo o custo. Outros exemplos são os carros autônomos, que analisam trajetos e manobras de outros veículos, com a finalidade de diminuir engarrafamentos e evitar acidentes.

Sistemas ciberfísicos: é a combinação de um componente de software com partes eletrônicas ou mecânicas, que permite o monitoramento, controle e transferência de dados via internet em tempo real. 

Dentro do conceito de sistemas ciberfísicos, podemos citar o conceito de “digital twin”, gêmeo digital, em tradução livre, que é uma tecnologia que cria uma cópia virtual de cada objeto da produção, permitindo que sejam feitas simulações em ambiente virtual.

Sistemas de simulação virtual

Abarca a realidade virtual (VR) e a realidade aumentada (AR). A VR é a criação de um ambiente virtual que simula efeitos sonoros, táteis e visuais que se parecem com o mundo real. 

O cinema com realidade virtual 3D é um exemplo. Já a AR faz o uso de um ambiente real para inserir elementos virtuais neles. Apesar de termos dado o exemplo do cinema virtual, que é o que conhecemos, ambas já são utilizadas na indústria para uma ampla gama de aplicações, como ver um produto em escala real mesmo antes da criação do primeiro protótipo físico.

Robótica avançada: lembra quando falamos, lá no início, sobre a substituição da força de trabalho humano por robôs? Pois é, aqui entra a robótica avançada. 

Já há alguns anos a montagem de peças automotivas já utilizam os braços robóticos. Mas essa tecnologia saiu das indústrias e já está, inclusive, na área médica. Por exemplo: um braço robótico pode, em uma cirurgia, alcançar locais de difícil acesso à mão humana.

Cobots

São robôs que compartilham o trabalho com o ser humano, ajudando a tornar uma tarefa manual mais ágil, rápida e leve.

Biologia sintética

É o uso das tecnologias para a criação de enzimas, células e circuitos genéticos. É uma área bastante promissora, mas que ainda levanta discussões pela proposta de criação de sistemas vivos em laboratórios.

Big Data e Data Analytics

Ageração de dados no meio digital cresce em uma velocidade impressionante. Esses dados precisam ser coletados, armazenados e analisados, para que possam gerar informações essenciais aos negócios – nesse contexto entram o Big Data e o Data Analytics.

Como se adaptar à nova era da automação

Adaptar-se à nova era da automação significa pensar e agir estrategicamente. É necessário que se pense em novos modelos de gestão para atender a consumidores que estão mudando seus hábitos.

Um exemplo é a possibilidade que as fábricas inteligentes darão de personalizar produtos. Em outras palavras, significa que, dependendo do produto, a produção em massa perderá lugar para uma nova forma de produzir.

Nesse sentido, entrarão em ação a análise de informações sobre os consumidores e suas preferências e a fabricação de produtos a partir disso.

Outro ponto importante: é preciso ter em mente que a transformação digital não envolve somente a compra de máquinas e equipamentos de ponta. Significa também ter sistemas e pessoas capazes de extrair e analisar dados, a fim de tomar decisões melhores e mais rapidamente.

Isso nos leva a outro tópico importante: o desafio dos gestores para captar e reter talentos. Há uma nova geração entrando no mercado de trabalho, mais atualizada sobre as novas tecnologias, mas nem por isso com as habilidades desejadas. 

Além disso, com um perfil diferente da geração que está saindo, pois para eles, a ideia de ficar em um cargo em uma empresa por décadas não é tão importante.

Por isso, o gestor dessa nova era deve estar bastante atento a colaboradores que tenham as competências e habilidades especializadas e às formas de reter esses profissionais. 

Isso não será um grande problema, pois as universidades e escolas técnicas já oferecem excelentes graduações em TI e comunicação. O RH, por sua vez, já está entrando em sua versão 4.0 e tem como uma de suas bases a retenção de talentos.

Este artigo foi escrito por Elia Macedo, produtora de conteúdo do portal Educamundo, um dos maiores sites de cursos online do Brasil.