Presente em todo negócio físico ou online, o capital de giro é fundamental.

Neste artigo, vamos explicar o que torna esse indicador tão importante, as consequências ao negligenciá-lo e como evitar futuros problemas. 

O que é o capital de giro?

Para começarmos essa conversa, precisamos entender que o capital de giro é o indicador responsável por medir a quantidade de recursos necessários para que os processos do empreendimento fiquem em dia.

Analisando friamente o indicador, ele é calculado através da diferença entre os ativos circulantes (contas a receber, estoque, caixa) e os passivos circulantes (contas a pagar, salários, saídas de caixa em geral).

Logo, podemos perceber que as condições de que compra e venda estão relacionadas a esse indicador.

E sobre esse assunto, passamos ao próximo tema: a sua importância.

Por que é importante controlar

O capital de giro é influenciado diretamente pela forma como gerimos as condições de compra e venda de produtos, logo ele está presente no dia a dia do negócio.

Portanto, quando adotamos estratégias que facilitem a saída e retardam a entrada de capital, estamos criando um problema financeiro de caixa no médio e longo prazo.

Sem perceber, aos poucos a sensação de vender e não ver a cor do dinheiro vai ficando cada vez mais nítida dentro do negócio.

Isso acontece porque o capital de giro propriamente dito não está mensurado e as métricas que o influenciam não estão controladas, como o giro de estoque, prazo médio de pagamento a fornecedores e recebíveis.

Uma prática que eleva a necessidade de capital de giro é a compra de estoque à vista, geralmente acompanhada de um desconto para grandes volumes.

Dessa forma, é comum o(a) lojista não conseguir vender todos os produtos e ficar com um estoque acumulado, em outras palavras, ele retirou dinheiro do caixa e agora, esse capital está congelado em forma de estoque.

Por conta disso, de cada 5 negócios, 3 fecham as portas por conta de capital de giro alto, no Brasil – Dado do Sebrae.

Se não haver atenção cuidado com as finanças, a vida útil do negócio pode diminuir a cada dia, ao sentir que o dinheiro passa cada vez menos tempo em caixa.

Agora que nós entendemos a importância de controlar o capital de giro e quais são os impactos do indicador, vamos ver o que deve ser feito para evitar esses problemas.

Evitando problemas de caixa

Até o momento, nós entendemos quais são as métricas que influenciam o capital de giro e agora, vamos te mostrar como otimizar cada uma delas.

Aumente o giro de estoque

A primeira métrica que vamos falar é o giro de estoque.

Essa métrica vai medir o desempenho do estoque, levando em conta a quantidade de produtos que é comprada e o quantidade de vezes que o processo de compra é realizado.

Se compramos em excesso um produto, em uma frequência menor – o giro de estoque será baixo.

Portanto, o melhor caminho para reduzir o capital de giro e controlá-lo é aumentar o giro do estoque. Comprar apenas o necessário, em um maior número de vezes.

Se temos um produto que fica em média 5 dias para ser vendido, por exemplo – É interessante comprá-lo a cada 3/4/5 dias, ao invés de criar um estoque para 60 dias.

Com isso, vamos evitar que haja estocagem em excesso. O caixa da empresa agradece.

Negocie prazos com fornecedores

A segunda métrica que vamos analisar é o prazo médio de pagamento a fornecedores.

Uma prática que é comum no varejo é receber propostas para pagamentos à vista, em troca de algum desconto e um volume maior de produtos.

Como nós vimos no giro de estoque, o ideal é evitar grandes estoques e mesmo com um desconto, o capital de giro da empresa vai aumentar e se tornar um problema.

Quando aceitamos essas ofertas de fornecedores, estamos permitindo que o dinheiro saia rapidamente do caixa da empresa e a medida em que realizamos vendas que levam dias para entrar na conta, estamos aumentando a necessidade de capital de giro.

Aos poucos, o capital sai do caixa e retorna em proporções menores, ficando cada vez menos tempo na empresa.

Para evitar problemas como esses, é fundamental fomentar um boa relação, negociar prazos com fornecedores e resistir aos descontos, por mais tentadores que sejam.

Na história do Preço Certo, não houve registros de que essa prática foi benéfica para um lojista, no longo prazo.

Adiante os Recebíveis

A última métrica que devemos ter controle é o prazo médio de recebimento dos clientes.

Como foi possível ver ao longo dessa conversa, a ideia é comprar apenas o necessário, a prazos confortáveis e com esta terceira métrica, adiantando os recebíveis.

A ideia é criar estratégias para que você possa contar com o dinheiro das vendas o quanto antes.

Utilize descontos irresistíveis no boleto e adiantamento dos recebíveis são duas formas de conseguir reduzir a exposição de caixa.

E claro, antes de utilizar estratégias de precificação como essas, é importante analisar a viabilidade de cada uma e acima de tudo, verificar se há margem de contribuição suficiente para que não hajam prejuízos financeiros.

Você pode usar esta calculadora para criar promoções e assim, entender o impacto desses descontos na sua precificação.

Conclusão

Ao final dessa conversa, se seguirmos os passos:

  • Negociar prazos para pagar os fornecedores;
  • Evitar estocagem, comprar apenas o necessário;
  • Adiantar os recebíveis, para contar com o dinheiro das vendas rapidamente.

Com isso, evitamos o tempo que o caixa fique exposto e assim, as chances de quebrar financeiramente vão se reduzir.

E para te auxiliar nesse processo, utilize esta esta calculadora de capital de giro, para medir o seu indicador e realizar testes em suas métricas.

Boas vendas!