Construídos em liga de aço corten, os containers podem até apresentar alguma oxidação superficial, mas é essa oxidação que evita sua propagação para o interior da estrutura.

Embora os containers tenham se mostrado inicialmente muito práticos para uso como alternativas de cubículos de almoxarifado em obras civis e similares, a guinada nas aplicações ocorreu a partir de um problema logístico.

O retorno de um container vazio para a origem por via marítima custa consideravelmente mais caro do que a aquisição de um container novo, o que deve ter gerado a oferta de containers usados, vazios (container a venda) nos portos de entrada de importações. Foi um convite ao aproveitamento alternativo.

A robustez mecânica, a rigidez e a considerável estabilidade dos containers virtualmente permite dispensar o uso de fundações, bastando um nivelamento cuidadoso (terraplanagem ou terraplenagem) do local de instalação.

Ainda em ambientes de construção, os containers viabilizaram ótimas soluções para alojamentos e refeitórios, o que sem dúvida deve ter inspirado a viabilização de um business de serviço de refeições, o container lanches.

A terraplanagem consiste de identificar os desníveis de um terreno, estudar uma cota que seja conveniente para a futura construção, e deslocar os volumes de terra necessários para se cumprir a cota calculada, com auxílio de motoniveladoras, e, se necessário, retroescavadeiras.

Na terraplenagem, o cálculo geodésico e topográfico terão demonstrado que a cota desejável para a construção fica muito acima ou muito abaixo da cota existente. 

Com isso, identifica-se os pontos de corte do solo, e em seguida inicia-se a operação logística de aporte de terra, via caminhões-caçamba, de modo a otimizar o tráfego e o trabalho seguro de retroescavadeiras e motoniveladoras. Não raramente, torna-se essencial a remoção de terra.

Construção econômica e ecológica

O investimento na aquisição de um container é notavelmente acessível, muito inferior ao das construções de alvenaria, reduzindo não apenas as operações e manobras sobre o terreno, mas poupando tempo e toda a logística de materiais de construção:

  • Tijolos;
  • Areia;
  • Cimento;
  • Argamassa;
  • Lajotas;
  • Tintas e vernizes;
  • Equipamentos, ferramentas e acessórios.

Caso a loja em container se mostre um sucesso, o capital poupado em construção permite rapidamente investir em expansão do negócio numa base similar.

Quando se pensa em investir em franquias, por exemplo, um modelo de container pode reduzir consideravelmente os gastos de investimento inicial.

Não só em relação aos materiais de construção, mas também porque não é preciso pagar um aluguel fixo. Aliás, com um estudo de geomarketing, o franqueado pode encontrar mais de uma opção de local que preencha os requisitos para o bom desempenho da operação e movê-la constantemente ou até mesmo estruturar uma franquia de container que opere apenas em modelo delivery.   

Além disso, mudar o business de endereço dispensa abandonar o investimento previamente realizado. À medida que o empreendimento cresce, a diretoria sempre pode adotar um container escritório, a partir do qual podem ser definidas as diretrizes operacionais da rede.

Cuidados na operação

Para início de conversa, um container é a priori uma estrutura metálica, o que significa que conduz calor com eficiência, algo bastante perceptível em épocas de calor e de frio extremos. Outro problema do metal é o reduzido isolamento acústico.

Torna-se evidente que a compra ideal se refere a um container personalizado, no qual o fornecedor poderá incluir, além de janelas e acessos, divisórias, materiais fonoabsorventes, isolamento térmico, e instalações elétricas e de iluminação.

Eventualmente, para uso como escritório, um container comercial precisa dispor de energia elétrica, para as aplicações de informática de uso obrigatório em qualquer ramo de atividade, e para a climatização, pois o espaço é geralmente limitado, podendo tornar crítica a renovação de ar.

No caso de atividades relacionadas à produção de alimentos, a aeração se torna ainda mais crítica, seja no tocante à necessidade de se suprir Oxigênio, seja na remoção de calor, gases (monóxido e dióxido de Carbono), e de vapores.

Os containers em logística

Os containers para uso logístico nasceram em meados do século XX, como resultado direto da invenção das empilhadeiras, criadas pelo exército norte-americano durante o esforço para a vitória na 2ª Grande Guerra.

Projetados como extensões de um armazém, os containers devem comportar o tráfego de palletizados em seu interior, e trazer dimensões compatíveis com transporte rodoviário, ferroviário e marítimo. Neste último caso, containers devem tolerar sem colapsar empilhamento múltiplo, superior a seis unidades.

Pallets são plataformas de madeira (eventualmente, injetadas em plástico), construídas de modo vazado, possibilitando o encaixe do garfo de empilhadeira.

Um pallet possibilita compor uma remessa empilhada de mercadorias em trânsito para destinos próximos, que podem finalmente ser envoltas em filme plástico, ficando o conjunto pronto para ser deslocado por empilhadeira, até o recurso logístico que dará sequência à viagem até os destinatários finais.

A norma que originou os container em uso atualmente foi finalmente aprovada por volta de 1.968, possibilitando normalizar carretas, vagões ferroviários, navios transatlânticos, e equipamentos de manobra portuária, ferroviária e rodoviária.

Deste modo, é possível escolher containers com comprimentos de 10, 20 ou 40 pés (3, 6 ou 12 metros).

É provável que as alternativas de aproveitamento de containers usados ainda estejam se iniciando, num país como o Brasil, onde, por exemplo, o déficit de moradias é gigantesco.