Quando nasceu o conceito de laser, no fim da década de 1.950, tratou-se de fato de uma curiosidade acadêmica, criada sem qualquer finalidade prática em vista.

A partir daquela época, os lasers foram sendo incorporados em aplicações como:

  • Impressão de documentos;
  • Leitura de discos digitais;
  • Mira de termômetros remotos e fuzis;
  • Transmissão de dados via fibras óticas;
  • Depilação permanente;
  • Alinhamento mecânico de conjuntos mecânicos.

Além de possibilitar transferir calor, fazendo papel de ferramentas de corte ou de desgaste.

Espectro de laser

Composto por um feixe de luz coerente, o laser possibilita gerar fachos bastante estreitos, concentrando energia térmica em áreas muito reduzidas.

Muitos dos fachos laser funcionam na mesma faixa da luz visível, e alguns, também nas faixas de infravermelho e do ultravioleta, o que possibilita situar seus comprimentos de onda entre 200 e 1.000 nm. Quanto menor o comprimento de onda, mais estreito e preciso se torna o facho de laser.

A unidade nm é de comprimento linear: equivale a um metro, dividido por 1 bilhão (10⁹).

Quanto maior o comprimento de onda, mais a coloração tende para a cor vermelha. À medida que diminui o comprimento de onda, a cor da luz muda para o laranja, depois o amarelo, verde, azul e violeta.

Ao incidir sobre uma superfície, a energia do feixe se transfere na forma de calor. Se o feixe incidir por um tempo prolongado, a temperatura no ponto de incisão pode subir e, diferente dos fenômenos criogênicos, não existem limites para aquecimento.

Esse calor se transfere para o material atingido, que pode derreter, vaporizar-se, ou se incinerar. Qualquer que seja a transformação, o corte a laser remove material do substrato, atuando como um bisturi.

Laser industrial

Basicamente, fachos LASER controlados manualmente têm aplicações bastante limitadas e específicas, podendo ser usados como ponteiros em apresentações didáticas, ou como miras, de termômetros remotos ou de armas. Lasers verdes também viabilizam aplicações medicinais, manobradas manualmente pelos profissionais.

Já as aplicações de lasers em usinagem, produzidas por máquina de corte a laser associadas a servomecanismos, definitivamente proporcionam resultados com qualidade muito elevada. É quando a usinagem se associa a controle computadorizado, assegurando precisão e repetibilidade.

Uma vez sucedida e aprovada a primeira prova (protótipo), uma operação de corte a laser pode ser replicada para cortar uma peça, seja de aço, de policarbonato, seja de papelão ou tecido, durante um número imenso de vezes, sempre com resultados idênticos. É o cortador a laser, comandado por um sistema computadorizado, denominado CAM.

O CAM é a contrapartida em nível de fábrica do CAD, sigla inglesa para Desenvolvimento Assistido em Computador. É este par de recursos que possibilita desenvolver com rapidez, e produzir com repetibilidade extremamente elevada.

Controle digital

O CAM é a sigla inglesa para Fabricação Assistida via Computador. Tudo o que for “ensinado” para um sistema controlado via CAM, este pode executar incontáveis vezes, sempre igualmente certo. Vale o mesmo com a gravação a laser, embora, a gravação exija do programador conhecimentos sobre a reação de cada material ao calor. Explica-se:

Cada material reage de modo próprio ao calor localizado. É essencial portanto, definir, se a gravação consistirá de mudança de coloração ou se será meramente superficial, se consistirá de um discreto rebaixo, ou, eventualmente, um baixo relevo.

Uma vez identificada a potência e a duração necessários para cada fase dessa operação, a sequência pode ser programada no sistema CAM, que pode então repetir a operação tantas vezes quantas o destinatário do produto considerar necessário.

Percebe-se que nada impede que a máquina de gravação a laser possa igualmente executar cortes, soldas a ponto, fresagens, texturizações, e tudo isto sem desgaste de ferramentas, o que assegura a repetitividade de desempenho e do produto final.

Indústria do vestuário

Em meados do século XX, logo após o término da 2ª Grande Guerra, o desenvolvimento de tecidos sintéticos estava ainda praticamente no início. Ao longo das décadas que se seguiram, os tecidos naturais, tais como:

  • Algodão;
  • Linho;
  • Seda;
  • Tafetá;
  • Cetim;
  • Veludo;
  • Entre outros.

Os tecidos naturais vêm convivendo com os sintéticos de igual para igual, comungando com os primeiros inclusive os processos de corte e de costura. Com o surgimento da máquina de cortar tecido a laser, muita coisa mudou. 

A ferramenta deixou de ser física, o que deixou de representar esforços sobre os tecidos, evitando discretas deformações, que precisavam inclusive ser previstas no projeto. Mas o mais importante: o laser faz o arremate das fibras, evitando que os tecidos entrem em processo de puído, poupando inclusive o trabalho de chuleado, também conhecido como overloque.