O INMetro é uma entidade governamental, cuja função é certificar que produtos cumprem padrões de medidas preestabelecidas, que cumprem de fato:

  • As funcionalidades anunciadas e descritas;
  • Não oferecem riscos aos usuários;
  • Não oferecem riscos ao ambiente onde estiverem instalados;
  • Não oferecem riscos ao meio ambiente em geral, durante o ciclo de vida;
  • Nem  após a obsolescência e descarte.

É possível perceber que, durante o ciclo de desenvolvimento torna-se importante um mindset, mirando sempre no alvo de obter a certificação do INMetro, uma espécie de assinatura que pode aplainar o caminho até o público consumidor.

Aferição

Muito antes de chegar às mãos do consumidor final, um produto deve ser especificado. Isto feito, as especificações devem ser postas em prática, e neste processo será necessário um instrumento de medição.

Evidentemente, seria desastroso se as unidades de medida usadas na indústria não tiverem um alto grau de semelhança com as usadas no comércio, por exemplo. Sabe-se que não existem medidas idênticas, toda e qualquer medida possui algum erro, também chamado de desvio. 

Por este motivo, é criado um valor de desvio, geralmente expresso em porcentagem, que passa a ser considerado aceitável na indústria, no comércio e no governo. É comum, numa operação de venda de gás combustível, por exemplo, uma tolerância de desvio de 0,25%, para mais ou para menos.

Isto significa que pode haver uma diferença de até 0,5% entre a quantidade de gás entregue e o valor a ser pago pelo mesmo, para mais ou para menos.

Serviço de calibração

Todo e qualquer instrumento perde calibração com o tempo, seja pouco ou muito usado: fatores como temperatura, umidade, poeira, trepidação, ruído acústico, podem afetar dispositivos mecânicos e/ou eletrônicos.

Instrumentos vêm de fábrica calibrados, mas sempre possibilitam a reaferição. Mas não basta devolver o instrumento para o fabricante: é importante receber um certificado de calibração acreditada datada e com prazo de validade, emitida por um laboratório credenciado.

Para receber credenciamento um laboratório deve definir suas áreas de atuação, além de comprovar que dispõe de instrumentos com precisão superior e padrões de medida certificados. 

Do mesmo modo que os instrumentos de uso em empresas, os equipamentos e padrões de um laboratório de calibração devem ser recalibrados e certificados periodicamente, segundo especificado na norma ISO IEC 17025 ou equivalentes da ABNT, o que permite sua inserção e permanência na rede de calibração RBC.

Esta rede de fato é parte de redes internacionais mais amplas, embora não seja classificada como rede de rastreabilidade, que cumprem normatizações diferentes, devendo cumprir procedimentos distintos, e cumprir protocolos de comprovação de métodos adotados.

Balanças

Já há algumas décadas a indústria e o comércio aposentaram as balanças analógicas, mecânicas. Mais robustas e mais precisas, as balanças digitais foram simultaneamente caindo de preço, de modo que acabaram se multiplicando, na indústria e no comércio.

Independente do processo usado em seus sensores de massa (peso), as balanças digitais também têm calibrações com data de validade, a partir da qual devem ser recalibrados, e inclusive certificadas. 

Após a calibração de balança, esta deve ser lacrada , e o lacre deve ser personalizado pelo laboratório de calibração, de modo a tornar evidente que o certificado emitido se refere especificamente àquela balança.

Manômetros

A pressão, seja de líquidos ou de gases, é uma variável que nunca convém desconsiderar, sob risco de acidentes graves. Não apenas na questão de segurança a calibração de manômetro tem extrema importância. 

Conforme descrito anteriormente, numa transação comercial de gases, o custo do gás é proporcional à massa (kgf ou N) de gás transferido, com uma tolerância de 0,25% para mais ou para menos. 

Ocorre que um medidor de vazão mede volume transferido (por exemplo, m3/segundo), em lugar de massa. Fica flagrante que a instrumentação desse fenômeno, do modo como foi descrita, está incompleta. 

A tecnologia para transformar vazão em volume para vazão em massa utiliza a lei de Clapeyron (P*V=n*R*T). Com isto, a transferência de gás deve ter sua pressão e sua temperatura monitoradas em tempo real, e o resultado do cálculo deve ser integrado ao longo do tempo em que se processar a transferência.

Evidentemente, tanto o vendedor como o comprador irão monitorar a vazão do gás, e é amplamente desejável que todos os instrumentos estejam aferidos, sob risco de discordância de caráter comercial. A calibração do manômetro (e dos demais instrumentos), mesmo sendo transmissores, é desejável que esteja impecável, lacrada e certificada.