Quando um projeto elétrico é bem dimensionado, uma série de utilidades, relacionadas com eletricidade, funcionam quase sem exigir atenção:

  • Iluminação (manual e automática);
  • Tomadas;
  • Instalação de SPDA;
  • Telefonia fixa;
  • Rede local de computadores;
  • Rede de automação predial;
  • Rede de automação industrial;
  • Rede de segurança contra intrusão;
  • Circuito fechado de TV.

O ideal é que cada uma das utilidades descritas acima possua sua própria rede de eletrodutos, o que inclusive é um preventivo contra interferências e intermodulações. 

Empresas de engenharia elétrica geralmente adotam as melhores práticas e as normas atualizadas, podendo garantir resultados satisfatórios. Quando a instalação cumpre o projeto, a empresa permanece operante quase sem que se repare na instalação elétrica.

Rede de energia

Quando uma pessoa jurídica fixa sede em um endereço físico, uma das primeiras providências é solicitar a ligação de energia elétrica, pela empresa que faz a distribuição para aquele endereço. 

Nesse ato, a empresa já deve dispôr da informação quanto ao tipo de energia oferecida: mono ou trifásica, com ou sem neutro, os valores de tensões, e o valor de potência que a empresa espera consumir quando estiver em plena atividade.

Para dispor desses números, o projeto elétrico deve detalhar quais equipamentos serão utilizados, se a empresa pode vir a necessitar de uma cabine primária, e os quadros de distribuição, dos quais serão derivados os circuitos que alimentarão de energia elétrica as atividades essenciais para que a empresa desenvolva suas atividades, tanto as que geram lucros, como as administrativas.

Os locais para os painéis elétricos devem ser definidos cuidadosamente, de modo a facilitar o acesso para o desligamento e o rearme dos circuitos, sempre que necessário. 

É essencial dispor de diagramas unifilares, fixos nas tampas dos painéis, e recursos de lacre de interruptores, usados durante os períodos de manutenção, evitando que profissionais sejam expostos a choques elétricos.

Conforme a atividade de cada departamento, e a localização dos postos de trabalho, devem ser definidas as fontes de iluminação, os eletrodutos por onde chegará o cabeamento, e os pontos dos interruptores, cuidando que os funcionários não caminhem no escuro até os mesmos.

É também bastante popular a iluminação automática, energizada por detetores de presença. É comum, em empresas a existência de iluminação emergencial, possibilitando a circulação de funcionários nas instalações mesmo na falta de energia na cabine primária. São funcionalidades que podem ser incorporadas, durante o projeto dos sistemas de comando.

Conforme o tipo de atividade, ou dependendo da topologia do edifício, é possível que o projeto inclua um gerador auxiliar, capaz de cobrir quedas de energia, possibilitando inclusive o funcionamento de elevadores.

Telefonia e outras redes

Empresas atualmente ainda utilizam telefonia fixa, disponibilizando ramais telefônicos nas mesas dos funcionários. Isto é essencial em escritórios especializados, em consultórios médicos, mesmo em empresas onde uma interface humana possibilite definir a pessoa ou o departamento mais indicados para cada ligação recebida. Ocorre algo semelhante, mesmo que a empresa possua interface automática, para seleção discada de especialidades.

No tocante às redes de dados, mesmo que as interfaces de WiFi façam parte do hardware da maioria de notebooks e telefones celulares atuais, existem empresas que dão preferência às redes via cabos, e, quando for este o caso, torna-se essencial projetar seus eletrodutos e o seu cabeamento, assim como a localização da central de dados, e todo o cabeamento de energização.

Automação industrial

Assim como existem empresas de diversos portes, existem indústrias de maior ou menor complexidade. Algumas indústrias executam processos automáticos, caso por exemplo de fabricantes de bebidas. Outras processam substâncias, que serão usadas em outras indústrias, como os combustíveis e os termoplásticos.

Processos complexos exigem dispositivos automáticos, que por sua vez dependem de leituras de medidores. Tanto os sinais de comando e controle como as leituras de medidores são de fato constituídos de tensões ou correntes elétricas, e circulam através do processo através de cabos, dentro de eletrodutos.

A automação industrial é um dos ramos mais exigentes da eletricidade, de modo que não cabe improvisação na instalação elétrica: a melhor maneira de se atender às normas operacionais e de segurança, consiste de elaborar um projeto detalhado, aprová-lo quando todos os fatores teóricos estiverem equacionados, e só então, colocá-lo em prática, com a consciência de não ter deixado nada ao acaso.

Descargas elétricas

O Brasil, com a sua extensão continental, detém o recorde mundial periódico de número de descargas elétricas, o que torna a exposição, de edifícios a relâmpagos, uma certeza matemática, e essas descargas podem ter efeitos devastadores sobre a estrutura da construção, podendo inclusive eletrocutar pessoas e animais, iniciar incêndios, e gerar danos às instalações elétricas e aos equipamentos conectados às mesmas

Inventado no século XVIII, o pára-raios é praticamente a única forma de proteção contra descargas atmosféricas: consiste de várias hastes montadas bastante acima do prédio a ser protegido (instalação do SPDA), e oferece para as descargas um caminho direto ao potencial de Terra, além de formato aguçado que tende a ionizar o ar nas proximidades, facilitando a formação das centelhas.

Uma vez formado o arco elétrico, a tendência é conduzir corrente até que a energia acumulada nas nuvens decaia a um mínimo.

Evidentemente, a haste atingida raramente sai do evento sem danos. Terminada a tempestade elétrica, convém examinar o estado de conservação do pára-raios, tanto das hastes, quanto dos cabos que o conectam a Terra, e da haste que faz o papel de eletrodo de aterramento, e, sem demora, substituir o que estiver danificado, pois os pára-raios são a prova de que raios caem, sim, várias vezes num mesmo lugar.