Sabemos que o ciclo de trabalho dos seres humanos é associado ao período de claridade. É quando os organismos geram serotonina, e as eficiências mental e física se mantém no auge.
A iluminação natural é a que garante o espectro luminoso mais adequado à visão humana, possibilitando diferenciar cores, focalização ideal, e menor índice de danos aos olhos. Além de ser gratuita.
Uma última vantagem da luz natural é na comparação com a luz gerada eletricamente: esta última oscila (acende e apaga) 120 vezes por segundo, o que pode gerar efeito estroboscópico, e a impressão visual de máquinas rotativas aparentemente “paradas”, podendo provocar acidentes. Sendo assim, não é preciso discorrer muito mais para se evidenciar as vantagens competitivas da iluminação natural.
Contraindicações
Nem tudo são vantagens em iluminação natural. Podem-se listar diversas desvantagens:
- Ofuscamento;
- Radiações ionizantes;
- Superaquecimento;
- Danos ao organismo;
- Entre outras.
Dito isto, fica explicada a necessidade que os seres humanos têm de se manter abrigados, mesmo durante o período diurno. Nas indústrias com domos para galpão tem-se também a vantagem de abrigo quanto às variações climáticas, e outros fatores de perturbação:
- Vento;
- Chuva;
- Matéria orgânica em suspensão;
- Ruídos;
- Gases e poluição.
Domus ou cúpulas
O estilo arquitetônico que incorpora domus existe há milênios, e se caracteriza pela robustez. Mais recentemente, tornou-se um dos estilos preferidos para a construção industrial, os domus para telhado para indústrias, eventualmente também adotados em edifícios comerciais.
Transparência
Provavelmente, o primeiro material indicado para a construção de clarabóias associadas a domos deve ter sido o vidro.
Na verdade, existe muita tecnologia na arte de se compor clarabóias, pois o vidro assim montado fica sujeito a esforços variados, à medida que vento, chuva e neve se acumulam sobre sua superfície, gerando momentos. O fato é que deformações no vidro são pouco e mal toleradas pelo mesmo, que tende a se quebrar.
A descoberta do vidro é um assunto controverso. Descoberto pelos fenícios há sete milênios, foi até o século XX o único material transparente conhecido, embora diversos outros, translúcidos, tenham sido identificados:
- Gelo;
- Papel;
- Quartzo;
- Âmbar;
- Cera;
- Fibra-de-vidro (que é feito por meio de uma máquina de fusão de fibra).
Materiais translúcidos são aqueles que permitem a passagem de luz, mas não possibilitam enxergar o que se situa do outro lado. O conceito se aplica igualmente para vidro jateado ou texturizado.
A tecnologia do vidro float e do vidro temperado, também usados em domos modernos, nasceram no século XX. Aproximadamente na mesma época foram desenvolvidos os plásticos modernos, translúcidos ou transparentes:
- Polipropileno;
- Polietileno;
- Acrílico;
- Policarbonato;
- Entre outros.
Pelo uso dos materiais translúcidos, ou dos transparentes de alto desempenho, os domos para claraboia (palavra proveniente do francês, claire-voie, caminho claro), não precisam mais se restringir à arquitetura refinada, como templos e palácios, podendo ser aplicados em construções de cunho prático, como galpões industriais. Em termos gerais, uma clarabóia pode proporcionar até oito vezes mais luminosidade que uma janela com área equivalente.
O porte da clarabóia, seu formato, eventualmente sua localização na estrutura do telhado, merecem um estudo arquitetônico cuidadoso, baseado nas coordenadas geográficas da construção, frequência e duração da solarização, duração e intensidade do período chuvoso, e outros fatores climáticos regionais.
A iluminação proveniente do alto tem algum impacto sobre o aquecimento ambiente, mas cabe ao arquiteto projetista balancear o ganho em iluminação comparados com os custos com o resfriamento do local. Vale o mesmo para a escolha dos materiais usados nessa construção, e detalhes de engenharia que determinarão sua estrutura.
Edifícios ecologicamente projetados
Nos quase cento e quarenta anos decorridos desde a invenção da lâmpada, a humanidade se conscientizou não apenas do impacto ambiental que resulta do seu consumo de energia, como da necessidade de otimizar o aproveitamento do que a natureza oferece gratuitamente: iluminação natural, controle térmico ambiental com uso mínimo de energia, garantindo igualmente maior durabilidade da infraestrutura.
Os projetos de edifícios ecológicos partiram para o aproveitamento de luz solar, da água de chuva, e da energia proporcionada pelo vento, para citar os fatores ambientais mais óbvios, e climatização ambiental baseada em convecção natural, com uso inteligente de materiais termo-isolantes.
Deste modo, o impacto de custos de energia, seja sobre a moradia, seja sobre a atividade industrial, passou a ser minimizado, aumentando a competitividade.
Dispositivos óticos
A partir do vidro de alta qualidade, e posteriormente, dos materiais mais modernos, como acrílico e policarbonato, nasceram dispositivos óticos, tais como:
- Espelhos (planos e curvos);
- Lentes (côncavas e convexas);
- Óculos (Monofocais, bifocais e multifocais);
- Telescópios e binóculos;
- Microscópios óticos;
- Periscópios;
- Entre outros.
Utilizados a partir do Renascimento, esses dispositivos revolucionaram a astronomia, a biologia e a medicina, e viabilizaram aplicações em fotografia e filmagem, assim como em navegação submarina.