A idéia por trás da embalagem a vácuo consiste em proteger o conteúdo contra os inconvenientes atmosféricos:
- Poeira;
- Microorganismos;
- Umidade;
- Evaporação.
A poeira pode ser originada em diversas fontes, desde as biológicas e climáticas, até à erosão de rochas, sem se esquecer das poeiras de origem industrial e urbana.
Já os microorganismos, mesmo que desassociados de patologias, podem ser fatores de deterioração em produtos de origem biológica, resultando no encurtamento da durabilidade de um produto, ou se revertendo em ameaças à saúde pública.
A umidade ambiente tem como efeito a alteração de consistência de alimentos, mudanças nos sabores, e se tornar meio de cultura para os já citados microorganismos.
Por outro lado, a manutenção de gêneros alimentícios em câmaras frias implica geralmente extração de umidade, o que invariavelmente resulta ressecamento, caso a embalagem para alimentos não os isole desse tipo de ambiente.
A durabilidade de um alimento, por exemplo, embalado a vácuo, pode variar dependendo da temperatura de armazenagem, sendo que em ambiente refrigerado a durabilidade é superior.
Mesmo embalado a vácuo, a perda de refrigeração pode ser fatal para o alimento. Desta forma, as cargas alimentícias são transportadas via carretas frigoríficas, dotadas de compartimentos separados, para carga congelada e para carga resfriada.
Um defeito no sistema de refrigeração, caso não seja corrigido em prazo hábil, pode levar à perda total da carga. Caso não ocorram quaisquer ocorrências térmicas durante a estocagem, um alimento embalado a vácuo pode durar até 6 meses sem prejuízos para o valor alimentício.
Por que embalar a vácuo?
Pouco ou muito, o ar, em temperaturas acima de 0°C, contém vapor de água. Ao se reduzir a temperatura desse ar, o vapor se condensa. A umidade é prejudicial para os alimentos, que no caso de congelamento, se congela e queima as superfícies dos cortes de carnes ou de legumes, não esquecendo o fato de que o gelo se expande, podendo deformar os alimentos, prejudicando seu aspecto ou acabamento.
Vantagens do uso de plástico para embalar a vácuo
O plástico laminado, a partir de uma espessura máxima, adquire flexibilidade e maleabilidade elevadas, além de tolerar tração, o que o torna ideal para assumir o formato do objeto a ser embalado.
É o que ocorre quando se submete o conjunto ao vácuo, formando a embalagem plástica na conformação do produto. A grande vantagem da embalagem plástica a vácuo consiste em não expor o alimento a temperaturas elevadas: o plástico é selado via calor localizado, ou através de ultrassom.
O processo usado em embalagem a vácuo é chamado de vacuum forming, e os materiais compatíveis com essa aplicação são[3]:
- Polipropileno;
- Polietileno;
- Poliestireno de alto impacto;
- Politereftalato de etileno;
- Policarbonato.
Geralmente, resulta uma embalagem flexível, bem resistente a deformações e impactos, mecanicamente mais tolerante que embalagens de vidro ou de acrílico, no tocante a impactos e vibrações.
Além dessas vantagens, este tipo de embalagem para carne proporciona um transporte higiênico, isento de exsudações, secreções, para não mencionar odores. De fato, reduz os riscos de contaminação da carga, evita atrair insetos e outras zoonoses, simplifica a higienização das instalações, de transporte e de estocagem no processo de venda.
Equipamentos embaladores a vácuo
Também denominado de seladora de embalagem a vácuo, o dispositivo deve possuir uma plataforma para apoiar o alimento, uma unidade geradora de vácuo, uma matriz de soldagem e corte do excedente de plástico.
Outros recursos, como a possibilidade de rearranjo da matriz de soldagem, devem ser conferidos com o fabricante. Por se tratar de equipamento em que alimentos são manipulados e processados, os componentes devem ser fabricados em aço inoxidável, tolerar higienização intensiva, pelo uso de jato de água aspergida sob pressão e temperatura elevadas. O aço inoxidável é uma garantia de que óxidos metálicos não se desprenderão da estrutura, sujeitos a contaminar os comestíveis.
Outras aplicações da embalagem a vácuo
A embalagem a vácuo já há muito extrapolou o ambiente alimentício. O baixo custo da embalagem resultou atrativo, frente às alternativas em cartão ou papelão.
Além disso, muitos produtos, como pilhas ou rolamentos, são montados com componentes metálicos, alguns em folhas de flandres cromadas, outros em liga de Ferro-Carbono, que deve ser mantida lubrificada até o momento da montagem.
A embalagem a vácuo tem a vantagem de conservar a umidade ambiente longe destas superfícies, o que por si prolonga a vida útil desses itens, além de acomodar a lubrificação existente no momento da selagem.