A menção do termo descartável remete imediatamente ao conceito de embalagem. Aplicar uma embalagem significa salvaguardar algo para uso posterior, e que deve ficar protegido contra perdas (parciais ou totais) e contaminações. Mesmo há dez milênios, quando as primeiras embalagens nasceram, ao se envolver comestíveis em folhagem, as duas palavras apareciam inseparáveis: embalagens descartáveis.
Nestas, se incluem:
- Sacolas com alças;
- Potes plásticos;
- Latas;
- Garrafas:
- Sacos com fecho;
- Bandejas.
Com o tempo, a embalagem se transformou simultaneamente em instrumento de reconhecimento e personalização de marca registrada, e em proteção durante transporte. Para todos os efeitos, uma vez recebida a mercadoria, a utilidade da embalagem cessa de existir.
É frequente encontrar-se embalagens projetadas para facilitar o transporte do item comercializado (por exemplo, fardos de latas de cerveja), mas muitos artigos de uso diário não dispõem desse facilitador.
Sacolas
Em supermercados, após a venda, tais itens costumam ser agrupados em uma sacola descartável, que facilita o transporte, diminuindo o número de volumes que o cliente precisa carregar.
Durante muitos anos, sacolas desse tipo eram produzidas em papel pardo. Quando muito, o comerciante oferecia alternativas de tamanho, mas sempre esse tipo de embalagem era facilmente reciclável.
Com o tempo, os supermercados passaram a personalizar as sacolas de papel, imprimindo nestas o nome-fantasia do estabelecimento, algum slogan, dados do estabelecimento (endereço, CNPJ), mas isso não comprometia a reciclagem da sacola.
Até hoje, padarias embalam o pão produzido em sacolas de papel, e alguns supermercados oferecem sacolas de papel reforçadas e dotadas de alças. Até aí, o conceito de embalagem descartável e reciclável continua plenamente válido.
Mais recentemente, as sacolas de supermercados passaram a ser de plástico, de fato polietileno. Teoricamente descartáveis, raramente são recicladas, tendo se tornado um fator poluidor de grande porte.
É muito presente em lixões, trata-se de um material de reabsorção natural muito lenta, ao ponto de, em alguns municípios, ter sido exigida a inclusão, em sua composição, de fatores biodegradantes, o que pode assegurar sua “saída de cena” garantida a médio prazo.
Embalagens metálicas
Novamente, as embalagens, desta vez em metal, “entraram em campo” apenas para ser descartadas logo após o uso. As latas, como são conhecidas, existem há mais de 200 anos, e há mais de 100 anos, estão em uso latas de folha de flandres, liga de Ferro e aço tratada com Estanho.
Entre o início do uso do papel Alumínio e o desenvolvimento das marmitas de Alumínio colapsável devem ter decorrido várias décadas. Apelidada pela população de “quentinha” ou “marmitex”, a embalagem de Alumínio flexível consiste de chapa fina preformada, tratada com polietileno, resultando um conjunto que possibilita transportar alimentos aquecidos, conservando calor por tempo suficiente para o transporte de curto percurso. e o consumo.
O processo viabilizou também a embalagem descartável para marmita fit, combinando num mesmo serviço o fornecimento dos alimentos, a logística da entrega no prazo e local, e a assessoria nutricional visando resultados dietéticos.
Embalagens não descartáveis
Embora pareçam a princípio uma contradição, as embalagens reaproveitáveis possuem seu filão de mercado, e em muitas residências convivem com as embalagens de uso único.
Apesar do descrito, e do tempo decorrido desde o surgimento das primeiras embalagens, somente no século passado se associou a necessidade de redução dos volumes de rejeitos, pelo uso de matérias primas de alta qualidade, e melhoria da competitividade, com a redução dos custos de reciclagem de embalagens.
O fato é que o crescimento populacional impulsionou o consumo de alimentos e de suas embalagens, ao ponto de as embalagens descartáveis para alimentos deixarem uma profunda marca no planeta, na forma de poluição de mares e oceanos.
Realmente, os descartáveis, como pratos e talheres, vieram para ficar: mesmo com as exigências legais contra descartáveis de plástico, a oferta mudou, mas não deixou de existir. A contrapartida seriam talheres e pratos convencionais, que precisariam ser estocados, recolhidos, lavados, higienizados, e estariam sujeitos a danos e extravios.
Certos tipos de negócios já não comportam esses tipos de inversão logística, de modo que qualquer distribuidora de descartáveis precisará se adaptar às exigências legais e do mercado, para continuar operando no ramo de embalagens e acessórios para catering.
Conclusão
O conceito de descarte, embora ainda traga embutida a conotação de perda de valor, cada vez mais se assemelha ao conceito de transformação. Em alguns países, já existe o sistema que remunera o cliente que se der o trabalho de retornar suas embalagens para reciclagem.
Na verdade, reciclar, separar, classificar, envolvem custos, e quanto mais o usuário final participar do processo, tanto menos o planeta sofrerá com a sistemática de consumo da espécie humana.