O conceito de torneamento nasceu há milênios, nas oficinas de olaria, onde os especialistas em moldar a argila criavam:

  • Vasilhas;
  • Pratos;
  • Canecas;
  • Ânforas.

Entre outros utensílios, estes seguiam desses tornos primitivos para ser cozidos em fornos, onde assumiam o formato definitivo. É esse o tipo que pode ser descrito como torno vertical, que é a direção do eixo rotativo. Essa técnica remonta à pré-história, mais especificamente ao período Neolítico.

Deste modo, todos os tipos de torno se baseiam no conceito de gerar componentes a partir do recorte rotativo, equivalentes a figuras de revolução. O que na teoria parece simples, na prática exige habilidade e atenção. É costume dizer que uma corrente não é mais forte que seu elo mais fraco: assim, um torno eficiente depende de estar equipado com ferramentas devidamente amoladas. 

Ou seja, esse tipo de equipamento depende umbilicalmente de uma ferramentaria bem suprida e atuante. Um cuidado necessário durante o uso das ferramentas é manter as superfícies de corte frias, evitando superaquecê-las ou atingir a temperatura do rubro. Esse processo simplesmente destruiria sua característica mecânica (diâmetro nominal) e acuidade das bordas cortantes.

Os cuidados evidentemente não se limitam ao equipamento: é importante o operador estar usando um óculos de segurança e um traje que não exponha a pessoa a se enroscar em dispositivos rotativos.

Outra precaução importante é o uso de iluminação ambiente dual com defasagem de 90°, de modo a impedir a formação de efeito estroboscópico. Isso possibilita a ilusão de que um determinado eixo, giratório, pareça estar parado. De fato, este e outros cuidados valem para qualquer tipo de torno.

A tensão que alimenta a iluminação é alternada em 60 Hz: sendo uma tensão senoidal acende que apaga as lâmpadas num ritmo de 120 vezes/segundo. Caso algum eixo esteja girando com rotação de 120 giros/segundo ou algum múltiplo (240 ou 360 giros/segundo, etc.), esse eixo pode parecer parado para um operador próximo.

A solução para este risco consiste de ligar uma lâmpada sincronizada com a primeira. Porém, é válido que se acenda enquanto a primeira estiver apagada, e vice versa, evitando que algum eixo pareça parado.

Torno mecânico

O torno mecânico é dotado de um carro principal (responsável por executar o movimento longitudinal), um carro longitudinal secundário (focado nos movimentos de precisão) e um carro transversa. 

Todos esses recursos operam vinculados a um par de barras de sustentação, que formam o barramento. O torno mecânico possibilita usinar substratos redondos ou quadrados, gerando, inclusive, o acabamento fino.

Devidamente equipado, um torno horizontal pode realizar trabalhos de máquinas-ferramenta dedicadas como fresas, plainas ou furadeiras, viabilizando componentes como:

  • Parafusos;
  • Rebites;
  • Eixos;
  • Dutos;
  • Buchas;
  • Arruelas, etc.

Torno CNC

O Controle Numérico Computadorizado (CNC) tornou-se viável com a invenção dos motores de passo. Isso permitiu assegurar que um servomecanismo responda de modo previsível a uma quantidade de estímulos, evitando os efeitos da inércia excessiva.

Controlado por uma unidade CNC, esse tipo de torno opera segundo dois eixos, um vertical e outro horizontal, caracterizando-se pela rapidez, pela produtividade e pela repetibilidade, sendo indicado para produção de grandes lotes[3].

O CNC é de fato uma unidade eletrônica automatizada por microcontrolador, eventualmente por microprocessador, formando um bloco inteligente. Ele é capaz de sensoriar o processo de usinagem e é dotado de saídas de potência adequadas, capazes para impulsionar motores de passo e outros servomecanismos.  É a programação introduzida no bloco inteligente que define o aspecto que terá o componente em processo.

Empresa de ferramentaria

Serviços de ferramentaria não se limitam à amolação de ferramentas de corte. A denominação “ferramenta” inclui a fabricação de dispositivos dedicados, como estampos e moldes de injeção, de plásticos e termofixos, assim como metais ou vidro. Todas essas ferramentas trabalham em condições extremas, seja de submissão a impactos, seja a temperaturas elevadas. 

Embora os materiais que formam essas ferramentas sejam projetados para resistir a esses fatores, o fato é que após um número elevado de ciclos, as ferramentas se desgastam e passam a gerar componentes fora de especificação (ou medidas alteradas).

No caso dos moldes, as superfícies de contato podem apresentar cavitação, gerando excrescências nos componentes, que podem comprometer sua integração ao produto final, ou mesmo o acabamento. 

Quando isto acontece, o fabricante substitui a ferramenta danificada, lançando mão de um molde reserva, e envia o danificado para uma ferramentaria de moldes, onde o mesmo será recuperado, conforme desenho mecânico original. 

Deste modo, essa ferramenta, após a recuperação, é retornada ao proprietário, tornando-se a ferramenta de reserva, e assim por diante.

Está inclusa, no serviço de ferramentaria, a usinagem da região da ferramenta afetada pelo desgaste ou pela cavitação, de modo a poder injetar no espaço usinado o detalhe faltante, para que o molde cumpra o desenho mecânico original.  É um serviço que um torno mecânico pode executar, fresando um espaço onde seja possível vincular um reparo.