Estudo da CNI divulgado neste mês de julho, mostra que a tarifa enfrentada pelo Brasil é a terceira maior entre 18 países analisados, com média de importação de 4,6%.
O estudo Barreiras tarifárias enfrentadas pelas exportações brasileiras: uma comparação internacional, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Mostra que as exportações brasileiras estão sujeitas a tarifas de importação que custam, em média, o dobro das aplicadas a países com características geográficas e econômicas semelhantes às do Brasil.
Enquanto a tarifa média de importação aplicada aos produtos brasileiros no exterior é de 4,6%, a média dos demais países analisados pelo estudo fica em torno de 2,3%. Entre os 18 países selecionados pelo estudo, o Brasil é aquele que está submetido à terceira maior tarifa de importação (4,6%) quando busca acessar mercados estrangeiros. O país está atrás apenas da Argentina (5,3%) e da Índia (4,8%).
Na América Latina, com exceção da Argentina e do Brasil, os demais países chamam a atenção pela baixa tarifa média a que estão sujeitos ao exportar seus produtos: Colômbia (1,2%), Chile (1,2%), Peru (1,1%) e México (0,4%).
O estudo também mostra que, considerando apenas os produtos industrializados, o Brasil possui a quarta maior tarifa entre os países selecionados. A tarifa é de 3,3%, atrás apenas das registradas pela Índia (4,4%), Indonésia (3,8%) e China (3,6%).
Ainda de acordo com a CNI, os dados são uma clara demonstração da necessidade de o Brasil fechar acordos comerciais para obter preferências tarifárias. E não somente reduzir as tarifas de importação de forma unilateral, como vem sendo feito.
Em mercado potencial de exportações, tarifa média é de 6,1%
O estudo analisou também a tarifa média praticada no chamado mercado potencial, ou seja, aquele que leva em consideração o acesso das exportações a destinos ainda pouco explorados ou até mesmo não acessados atualmente.
Nesse recorte, a tarifa média de importação à qual as exportações brasileiras estariam sujeitas é de 6,1%. Na média dos outros países avaliados, essa tarifa é de 3,4%.Essas estimativas não são calculadas com base no perfil atual dos países no que diz respeito à participação relativa dos mercados de destino das exportações
Mas sim com base no perfil potencial, levando-se em consideração o possível acesso a mercados ainda pouco acessados ou até mesmo a mercados não acessados atualmente. Na comparação entre os 18 países selecionados, o Brasil fica em segundo lugar com maior tarifa, atrás apenas da Argentina (9,6%). Já o Peru e a Coreia do Sul são os países que enfrentam a menor tarifa, de 1,7%.
Isso ilustra a maior dificuldade do Brasil de conquistar novos mercados e comprova a importância de se buscar mais acordos preferenciais de comércio.